quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mais um dia sem metrô na RMR

Categoria e CBTU se reúnem hoje em audiência de consciliação no TRT. Os metroviários cobram mais segurança

A categoria e a CBTU se reúnem hoje em audiência de consciliação no TRT. Os metroviários cobram mais segurança nos trens, nas estações e no entorno, onde ocorrem frequentes assaltos. 
A greve dos metroviários, que deixou 400 mil usuários sem transporte ferroviário na terça-feira, continua nesta quarta. O sistema, representa quase 30% dos deslocamentos de transporte público da Região Metropolitana e recebe cerca de 1,5 milhão de passageiros por dia. Embora a paralisação não provoque o impacto de uma greve rodoviária, para quem usa o metrô a ausência dele é ainda mais danosa. Os ônibus não conseguem suprir a demanda de transporte em massa do metrô e gastam mais tempo nos deslocamentos. 

No primeiro dia da greve, usuários gastaram pelo menos o dobro de tempo ir de casa ao trabalho. Também houve dificuldades para localizar as linhas de ônibus reforçadas pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano para complementar as viagens que deixaram de ser feitas sem a integração com o metrô. 

No Terminal de Joana Bezerra, além das filas, o passageiro teve que enfrentar a desinformação. Uma hora e 40 minutos após sair de casa, o comerciante Ricardo Rodrigues, 51, não tinha conseguido chegar ao trabalho.” Normalmente eu iria à estação Tancredo Neves, mas fomos redirecionados ao terminal, o que o atrasou muito.”

A volta para casa também não foi fácil e o tempo de espera nas paradas de ônibus causou mais transtornos. 
O Consórcio vai manter o mesmo esquema enquanto a greve continuar. Com a paralisação pelo menos 123 linhas de ônibus foram diretamente afetadas pela greve por causa da integração do sistema. Houve o reforço de nove linhas, que em sua maioria tem como destino o Centro da cidade.

Foram colocados 81 veículos a mais do que um dia útil normal. Além do reforço, duas linhas especiais foram criadas para suprir as demandas de Jaboatão, Recife, Barro, Joana Bezerra, Santa Rita, Aeroporto e Centro. Mesmo com as reclamações, o Consórcio vai manter o mesmo esquema enquanto a greve continuar. 

Insegurança provoca impasse

Para conseguir apoio da população, os metroviários fizeram ontem uma caminhada pelas principais ruas do Centro para esclarecer o motivo da greve. “É importante que a população saiba que não estamos cruzando os braços para pedir aumento de salário e sim por mais segurança, inclusive para os próprios usuários do sistema”, ressaltou Levy Arruda, da direção do Sindicato dos Metroviários (Sindmetro). 

No início da noite, a categoria voltou a se reunir em assembleia para avaliar o primeiro dia da paralisação e discutir a ação cautelar movida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O vice-presidente do TRT, o desembargador Pedro Paulo Pereira Nóbrega, acatou o pedido para que o sistema opere nos horários de pico das 5h às 9h e das 16h às 20h, sob pena de uma multa diário de R$ 800 mil. Mas a categoria decidiu manter 100% da paralisação no segundo dia. Hoje, as duas partes vão se reunir às 15h na sede do TRT da 5ª Região para tentar se chegar a um acordo. 

Os metroviários alegam que na década de 1980 quando o metrô transportava cerca de 80 mil usuários, o sistema contava com cerca de 250 seguranças e hoje com 400 mil usuários, dispõe de 100 seguranças. “Nós não estamos com expectativa de um acordo com a CBTU/Recife porque eles não têm competência para cumprir. Esse acordo terá que ser feito o pessoal de Brasília. Aqui não se resolve nada”, afirmou Levy Arruda.

Fonte: Diário/Pe
    

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